Dentro do rock, o mundo metal tem um diferencial à parte. Os “headbangers” ou “headthrashers”, como são conhecidos os fãs de Heavy Metal, têm uma relação de sinceridade, técnica e companheirismo com a música. Isso porque a maioria dos amantes do ritmo não fala que curtem uma banda só para fazer média, 90% das músicas deste estilo são compostas por músicos que se inspiram na mescla do rock com a música clássica. A maior parte dos shows produzidos é fruto da parceria entre bandas e do apoio do público na divulgação de cds. Para complementar o perfil inicial dessa tribo, que circula no Centro Novo de São Paulo, mais pontualmente na Galeria do Rock, na rua 24 de maio, os caras destestam ser chamados de “metaleiros”.
André Mesquita, um dos sócios da Die Hard Rock´n´Roll CD´s, instalada na Galeria do Rock e especializada em Heavy Metal, explica que “metaleiros” é um termo pejorativo criado pela mídia na época da primeira edição do Rock in Rio, em 1985, relacionando o estilo de vida ao uso de drogas e brigas em shows. Por tal motivo, um “headbangers”, como André, odeia ter esse rótulo:
“Não consumimos drogas, não criamos confusão em shows, nunca. Não aceitamos produtos piratas, somos colecionadores e sabemos tudo sobre nossas bandas preferidas. Quase sempre tocamos algum instrumento e temos (ou teremos) banda um dia na vida.
Somos, na maioria, bilíngues e estudamos bastante. Não somos consumidores de roupas de marca ou freqüentadores de shopping ou barzinhos da moda. O som é pesado, podendo ter algumas baladas, aliás, as melhores baladas do mundo são de bandas de metal. Somos uma tribo mundial, em qualquer lugar você reconhece um headbanger”, desabafa.
Muito “black” no armário.
Uma outra característica dessa tribo é a adoção, no bom sentido, do preto como segunda pele. No armário de um amante do Heavy Metal, não pode faltar peças e acessórios pretos. “Pelo menos 70% dessa galera, se vestem da mesma maneira. Geralmente, calças e camisetas pretas, usam acessórios de couro, tipo braceletes, coturnos (botas), jaquetas. E o principal: são cabeludos”, afirma Paulo Roberto.
Para o colunista, a Galeria do Rock é um dos grandes pontos de encontro da tribo metal de São Paulo. E isso não é de hoje. Por volta da década de 80, período em que o estilo começou a emplacar no Brasil, muitos “headbangers” se encontravam na galeria para trocar informações.
“Naquela época, muitos ‘headbangers’ andavam com as conhecidas ‘pastas’ dos fãs, com fotos, matérias, etc. As amizades que foram criadas acabaram tornando o movimento mais forte do que é hoje, pois antes não existia MTV e programas de rádio, fora as revistas especializadas, que eram poucas”, relembra Paulo Roberto.
Uns dos pontos favoráveis para o surgimento do heavy metal, principalmente em São Paulo, foram os festivais ‘Heróis do Rock’ e ‘Praça do Rock’, realizados no Parque da Aclimação, que contou com a presença de bandas históricas, como: Patrulha do Espaço, Made in Brazil, Harppia, Centúrias, Abutre, Ave de Veludo, Salário Mínimo e Mammoth.
Curiosidade: O termo "metaleiro" foi criado pela Rede Globo, durante as transmissões do Rock in Rio (1985)
Talvez seja por isso que os Headbangers não gostam de ser chamados assim. rs
Talvez seja por isso que os Headbangers não gostam de ser chamados assim. rs
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