quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Rob Halford, a lenda.



Rob Halford começou sua carreira no Judas Priest em 1973, indicado pela namorada de K.K.Downing (que disse à época ter uma amiga que tinha um irmão que cantava divinamente bem). Downing foi ouvi-lo cantar em um show de uma banda antiga de Halford, chamada Lord Lucifer, e se impressionou com a diversidade de timbres que a voz de Halford continha, mas principalmente por seus agudos marcantes, sua marca registrada até hoje. Após 1 ano com Halford, a banda lança seu álbum de estréia (Rocka Rolla). Halford seguiu como frontman do Judas Priest de 1973 a 1992, retornando com a banda em 2004 até os dias atuais, lançando um total de 19 álbuns com a banda.
Halford nunca escondeu sua paixão por metal, e especialmente por metal extremo, como o Thrash Metal, chegando certa vez a referir o som do Slayer como "Metal pegando fogo". Halford profundamente influenciado por Pantera, resolve montar uma banda de Thrash Metal, nomeada de Fight, convidando musicos jovens para fazer parte da banda, inclusive o baterista do Judas Priest: Scott Travis. Rapidamente a banda lança seu disco de estréia (War of Words), e ainda lança mais dois discos (sendo uma álbum inteiro e um EP ao vivo). A banda chega ao seu fim em 1996.
Halford sempre teve sua veia experimental, e nesse rapido projeto ele fez um som mais industrial, flertando com o gotico. Nesta mesma época ele assume sua homossexualidade perante a midia.

Em uma entrevista para a Pollstar, Rob Halford fala sobre sua homessexualidade e expressa sua opinião sobre a homofobia que rola na comunidade Headbanger, confira:

Pollstar: Eu quero te dizer pessoalmente, como um gay assumido, quanto respeito eu tenho por você e por você ter se assumido.

Halford: "Bem, obrigado. Obrigado".

Pollstar: Você tem alguma idéia porque mais pessoas na cena não fizeram isso? Quer dizer, nós sabemos que há outras pessoas gays na cena.

Halford: "Sim, e eu acho, como você e eu temos vivenciado, que isto vai de acordo com suas necessidades pessoais e desejos. Algumas pessoas estão preparadas para viverem suas vidas de uma maneira invisível. Há milhões de pessoas como nós que mantém suas vidas privadas e estão felizes em fazer isso. E há alguns de nós que percebe que se você tem força - e eu acredito que é uma questão de força - você tem que avançar e dizer a todos quem você é. Eu digo, você vai a lugares como Amsterdã e é como 'Do que você está falando? Você é gay. Então, o que isso tem a ver com qualquer coisa?' Eu queria que o mundo fosse todo assim, mas não é. Eu penso, particularmente no metal, ainda há um nível de incompreensão. Ainda há um nível de fobia e intolerância. Mas pra mim, e para nós no PRIEST, nós nunca realmente - 'sofremos' não é a palavra - nós nunca fomos expostos a esse tipo de reação. Porque nós ainda temos milhões de fãs que nos amam. Então aqui vamos nós. Talvez eu seja o único - você conhece o show 'Little Britain'? - talvez eu seja o único gay por aqui".

Pollstar: De alguma maneira, eu duvido disso.

Halford: "Eu estou falando no metal. Talvez eu seja o único vocalista. Eu não sei. Talvez alguém se assuma mais pra frente, talvez não. Não tem muito a ver comigo. Eu não sou realmente um porta-voz. Eu não vou me esconder. Eu estou ciente do significado disto e isto me faz sentir muito agradecido quando eu encontro pessoas, como aconteceu numa outra noite. Um cara sussurou no meu ouvido 'Você mudou minha vida, cara' e eu disse 'O que você quer dizer?' Ele disse 'Por causa do que você fez, eu pude me assumir'. E eu achei que isto foi ótimo e nos cumprimentamos. Você não está ciente das coisas secundárias, mas está tudo relacionado. É tudo importante".

Pollstar: Você acha que o fato de vocês terem feito turnês demais e não terem contado com as vendas dos álbuns pôs vocês numa situação melhor para superar algumas das mudanças que estão para acontecer agora nos negócios?

Halford: "Eu acho que em nossas mentes nós ainda acreditamos firmemente que somos tão bons quanto a última coisa que fizemos. Então, nós sempre estamos muito focados. E é claro que isto tem sido parte de nossa filosofia. Eu sei tanto quanto você sobre a condição geral da indústria musical - como nós temos visto, literalmente virou de cabeça para baixo com a invenção da Internet - e eu acredito que, mais do que nunca, nós estamos determinados a cair na estrada e deixar as pessoas nos verem pessoalmente. Eu acho que este é o lado real das turnês que nós fazemos - quer dizer, eu mantenho um olho na Pollstar e o outro em outros lugares - e eu sei que agora mesmo nós estamos em tempos difíceis. Há uma recessão mundial. Todos nós estamos sentindo o aperto. E eu acredito que é válido para todo mundo tentar adaptar este clima - nos preços dos ingressos ou o que quer que se possa fazer. Tendo dito isto, quando os tempos estão difíceis, pessoas procuram por entretenimento. Elas vão ao cinema. Elas fazem de 'O Cavaleiro das Trevas' um filme com um dos maiores faturamentos brutos na história da indústria cinematográfica. E é a mesma coisa com shows. As pessoas mais do que nunca tem a necessidade, em tempos difíceis, de dizer 'Venham, entrem no carro e vamos ver o PRIEST. Vamos ao cinema. Vamos escapar do mundo em que vivemos'. Então, eu acho, é exatamente onde nós estamos agora e eu espero que isto não dure demais. Mas você tem que se adaptar e ajustar para o tempo em que nós vivemos".

Nos próximos posts mostraremos como o heavy metel veio para o Brasil.

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